Em 1972, na Assembleia Geral das Nações Unidas, foi criado e escolhido o dia 05 de junho para comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente. A data marcou a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, conferência que ficou conhecida como Conferência de Estocolmo. Mesmo hoje, quase 50 anos depois, a conferência mantém sua importância devido à criação do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e à aprovação da Declaração da ONU sobre o Meio Ambiente.
Em 2021, a partir do tema escolhido “Reimagine. Recrie. Restaure.”, a ONU propôs reflexões sobre a revitalização e proteção dos ecossistemas naturais. A urgente reflexão sobre sustentabilidade e revitalização ambiental apresenta cenários cada vez mais complexos, especialmente, nesse doloroso período de pandemia, marcado pela crise sanitária, social e humanitária. Olhando por cima do muro – sem, é claro, deixar de compreender e de nos sensibilizar para a coexistência de vários Brasis – e pensando nos próximos anos da década recém-inaugurada, é primordial alinhar os negócios aos princípios do ESG e demonstrar quais práticas de gestão foram adotadas para sustentar, no longo prazo, a redução dos impactos ambientais, especialmente em questões relacionadas ao aquecimento global, à emissão de carbono, à eficiência energética, à gestão de resíduos sólidos e ao uso racional dos recursos naturais, dentre tantos outros.
Voltando à SIGLA do ESG, além da letra E (environment ou meio ambiente), temos, com a letra S, a inclusão da dimensão social que se inicia com o relacionamento justo do negócio com seus fornecedores e estende-se a outros temas como inclusão, diversidade, privacidade, proteção de dados, relações de trabalho e relações com as comunidades onde atuamos.
Por sua vez, a letra G vem de governança que se traduz como conjunto de práticas de gestão corporativa que fortalecerão as empresas no enfrentamento dos desafios apresentados pela Sociedade 5.0, tais como: diversidade nos conselhos e boards (diretorias), ética e transparência, canais de denúncia de desvios, para citar alguns exemplos apenas.
Por tudo isso, nunca foi tão importante pensar nossos negócios para torná-los cada vez mais eficientes, sustentáveis, diversos: antifrágeis. O conceito de Sociedade 5.0 – fomentado no Japão em 2016 – traz consigo importante passo evolutivo focado no uso das novas e disruptivas tecnologias – Big Data, Inteligência Artificial, Internet das Coisas, para criação de soluções para as necessidades humanas (e não empresariais). Assim, ganharão cada vez mais relevância, valores como sustentabilidade, qualidade de vida e inclusão social.
O mercado de trabalho começa – e apenas começa – a entender (e porque não sentir) a transformação da digitalização, do anywhere office, da diversidade intergeracional (pela primeira vez, convivem no mercado de trabalho até 6 gerações de colaboradores) e da super comunicação. Cada vez mais, as equipes de trabalho deverão demonstrar suas Real Skills.
Para inspirar e influenciar – influência essa que em nada se confunde com número de seguidores ou likes – clientes, consumidores e colaboradores é necessário alinhar o discurso à prática para manutenção de nossa credibilidade pessoal, profissional e empresarial. Logo, pensar em como precisamos nos posicionar proativamente é a grande chave para causar impactos positivos nas pessoas que estão ao nosso redor.
Por fim, importante lembrar que devemos trabalhar com vistas à chamada inovação para o passado – voltando nossos olhos para a melhoria dos processos já existentes e, principalmente, à inovação para o futuro – verdadeiramente disruptiva, investindo recursos no desenvolvimento de produtos e serviços que tenham no DNA o respeito ao meio ambiente, às comunidades onde atuamos e à sociedade em geral. Pensar na nova era pós-digital é pensar em nosso propósito e em nosso legado. É saber que a nossa pegada na terra ficará presente por muitos anos e que somos responsáveis pela qualidade de vida de nossa geração e de todas aquelas que sobrevirão.
Este artigo foi escrito por Walter Rocha Cerqueira, Sócio-fundador – CEO Rocha Cerqueira Sociedade de Advogados , aluno da Nau d’Dês. Contato: walter@rochacerqueira.com.br